quinta-feira, 24 de junho de 2021

INVESTIDORES INICIANTES

IR: INVESTIDORES INICIANTES PAGAM MULTAS POR ATRASO NO RECOLHIMENTO DE TRIBUTOS

Advogados apontam que cresceu o número investidores iniciantes que começaram a apostar na bolsa de valores e que não recolheram os tributos devidos.

Parte dos contribuintes esperaram pela declaração anual do Imposto de Renda para informar sobre o lucro decorrente das transações realizadas no ano anterior.

Contudo, os investimentos em renda variável demandam apuração mensal e o Imposto de Renda - que tem alíquota de 15% - deve ser pago até o último dia útil do mês seguinte ao da venda das ações.

Dessa forma, os contribuintes chegam a recolher o imposto de renda em atraso e pagam multas que chegam até 20% sobre o valor devido.

Aumento de investidores
O aumento no número de clientes com impostos atrasados é visto, no mercado, como um reflexo do recorde alcançado no ano de 2020.

Houve um aumento de 92% no número de pessoas físicas com conta aberta na B3, a bolsa de valores brasileira, somando 3,23 milhões de CPFs cadastrados. E continua crescendo. Hoje são mais de 3,7 milhões de pessoas físicas inscritas.

Dados da Receita Federal mostram que esse aumento tem impacto na arrecadação. O recolhimento de IRPF sobre os ganhos decorrentes de ações cresceu 45% de 2019 para 2020. O total arrecadado, no ano passado, ficou em R$ 3,071 bilhões, sendo que 13,4% desse valor - R$ 410 milhões - foram pagos pelos contribuintes com atraso.

É bastante provável, segundo os advogados, que o volume de atrasados ganhe mais corpo quando contabilizada a arrecadação de 2021. Afinal, o dia a dia nos escritórios têm mostrado que muitos investidores estão fazendo os pagamentos das vendas de 2020 somente neste ano de 2021.

“Dos casos que chegaram no escritório durante a declaração anual, todos que tiveram operações em renda variável não tinham recolhido o imposto. Precisaram pagar com multa e juros”, diz Renato Vilela Faria, sócio da área tributária do escritório Peixoto & Cury Advogados.

Atraso de tributos
Na declaração anual o investidor apenas informa, na seção de “bens e direitos”, o que foi feito durante o ano. E mesmo aqueles que só compraram ações, ou seja, não tiveram lucro, têm que preencher, senão correm o risco de cair na malha fina e ter que pagar multa. O prazo de retificação para quem entregou a declaração com erro ou faltando informações é de cinco anos.

O advogado Eduardo Fleury, do escritório FCR Law, se diz surpreso com a frequência que essa situação tem ocorrido. “Temos, entre os nossos clientes, diretores e donos de empresas que começaram a investir na bolsa. Eles e os filhos. E não tinham a ideia de que precisavam recolher ao longo do ano, ainda que as corretoras tivessem enviado alguns informes", afirma.

Fleury chama a atenção para a importância de o investidor realizar o pagamento assim que perceber que cometeu o equívoco. Se a cobrança partir da Receita Federal, ele alerta, a multa passa a ser de 75%. E não é difícil de isso acontecer. As corretoras retém direto na fonte um percentual ínfimo, de 0,005% do imposto, nas operações de venda. Trata-se do chamado “dedo duro”, uma forma de informar ao Fisco que aquele contribuinte deve tributos.

A tributação só se aplica para os investidores que vendem mais de R$ 20 mil por mês. Transações até esse valor estão isentas. O montante está relacionado às vendas, não à soma do lucro obtido no período. A isenção, além disso, não vale para o tipo “day-trade", operações de compra e venda de ações em um único dia.

Existe muita confusão entre os iniciantes por causa, principalmente, das regras das aplicações em renda fixa. Nesse tipo de investimento - fundos e Tesouro Direto, por exemplo -, a tributação é descontada na fonte pelo banco ou corretora responsável pela operação.

As regras de tributação são diferentes - e bem mais complexas - para as aplicações em renda variável. Aqui, o próprio contribuinte é quem calcula e paga o imposto. Isso tem de ser feito mensalmente. O investidor precisa ter o controle de tudo o que compra, todas as taxas envolvidas nas operações, e tudo o que vende.

Esse controle é importante porque o imposto incide somente sobre os ganhos líquidos. O investidor pode, portanto, descontar do valor da venda das ações o custo de aquisição, as perdas - se houver - e a taxa de corretagem.

“Quem equivocadamente esperou pela declaração anual está no pior dos cenários. Essa pessoa não vai mais poder fazer as deduções e ainda precisará recolher o imposto com juros e multa”, diz o advogado Alessandro Fonseca, do escritório Mattos Filho.

Fonte: Contábeis

segunda-feira, 21 de junho de 2021

BALANÇO PATRIMONIAL

ENTENDA O QUE É, COMO CALCULAR E IMPORTÂNCIA


O balanço patrimonial é uma das principais obrigações contábeis e fiscais. Ele deve ser entregue por todos os empresários, exceto para microempreendedores individuais enquadrados no Simples Nacional.

De acordo com João Esposito, CEO da Express CTB, “o balanço patrimonial é uma demonstração financeira realizada anualmente, e tem como propósito expor a situação do patrimônio total de uma empresa em um período específico de tempo”.

Com o balanço, é possível verificar a situação econômica e contábil por meio de uma lista que inclui de forma detalhada todos os ativos (bens, direitos, e demais geradores de valores econômicos), passivos (obrigações), e o patrimônio líquido (os próprios recursos da entidade) de uma empresa.

Entenda o que cada item representa.

Ativos
– Bens: Representam todos os itens que possuem valor financeiro e podem ser revertidos em dinheiro.

– Direitos: Os direitos são possuídos pela empresa, mas não estão sob o seu domínio. Como exemplo disso podemos citar: depósitos bancários e quantias financeiras ainda pendentes para recebimento.

Além disso, os ativos são divididos em: circulantes (todos aqueles que serão convertidos em valores em até um ano) e não circulantes (todos aqueles que levarão mais de um ano para serem convertidos).

Passivos
– Obrigações: Como o próprio nome já diz, são as obrigações da empresa com terceiros. Ou seja: as dívidas, os pagamentos de salários e os tributos, os quais são sim incluídos no balanço.

Também são divididos em circulantes (todas as obrigações com tempo de vencimento inferior a um ano) e não circulantes (todas as obrigações com tempo de vencimento superior a um ano)

Patrimônio líquido
São recursos próprios da entidade. O patrimônio líquido é obtido através da diferença positiva entre os valores do ativo e do passivo.

Além disso, é dividido em:

– Capital social: Investimentos feitos por sócios ou de lucros os quais foram reinvestidos.

– Lucros e prejuízos: Os lucros e os prejuízos representam o resultado financeiro da empresa.

“Também é importante ressaltar que o nome balanço não é à-toa, tendo em vista que o ideal é existir um equilíbrio entre os ativos e passivos”, explica Marcos Ross, coordenador contábil da Express CTB.

O detalhamento desses itens viabiliza algumas análises importantes e extremamente necessárias para o desenvolvimento financeiro de uma empresa, tais como:

● Análise de índices de lucro;
● Análise comparativa de evolução empresarial em diferentes espaços de tempo;
● Análise de liquidez e solvência da empresa;
● Análise de quantia de capital;
● Análise de investimentos e apresentação dos dados da empresa para futuros investidores;
● Entendimento do uso e direcionamento dos recursos financeiros da empresa e suas respectivas demandas;
● Base para planejamentos estratégicos.

Tendo em vista a lista acima, fica evidente a importância do balanço patrimonial para diversos processos fundamentais no desenvolvimento financeiro de uma empresa. Além disso, é um facilitador e a depender dos índices da sua corporação, passa a ser um atrativo para investimentos futuros.

Balancete
Como dito anteriormente, o balanço patrimonial é realizado de forma anual, geralmente no último dia do ano para mostrar como a empresa se saiu ao decorrer dos 12 meses passados. Também é possível realizar de forma trimestral, e esse método é mais utilizado em empresas que precisam prestar conta aos seus investidores de forma contínua.

Mas, se a sua empresa precisar de uma rápida visualização da situação contábil atual e em um período distinto dos citados acima, é possível fazer um balancete: Um relatório resumido da situação patrimonial da empresa, em qualquer mês do ano sem data específica.

Assim, é possível demonstrar de forma mais simples e sem regras de periodicidade a situação financeira do seu negócio.

Fórmula geral do balanço patrimonial
Conforme mencionado anteriormente, é necessário que haja igualdade entre ativo, passivo e patrimônio.

Por isso, de acordo com o especialista, o balanço é calculado da seguinte forma:

Ativo = Passivo + Patrimônio

Dessa forma, se uma empresa possui R$200 mil de ativos e 150 mil em passivos, a quantia de patrimônio será de R$50 mil, pois:

200.000 = 150.000 + 50.000

Relação entre ativo circulante e passivo circulante
Existe uma relação importante entre as somas de ativo circulante e passivo circulante, e essa relação acontece da seguinte forma:

Soma de ativo circulante maior do que a soma de passivo circulante: A empresa apresenta recursos para cumprir com suas obrigações de curto prazo.

Soma de ativo circulante menor do que a soma de passivo circulante: A empresa não apresenta capacidade de cumprir com as suas obrigações de curto prazo.

Assim, a partir de um cálculo simples é possível prever o cumprimento ou não das obrigações da sua empresa em um curto período e mudar o que for possível para não ter prejuízos.

Demonstrativo de Resultados do Exercício
O Demonstrativo de resultados do exercício, também conhecido como DRE, é outro documento que precisa ser feito juntamente ao balanço patrimonial.

Como o próprio nome já fala, o DRE é um demonstrativo de resultados, ou seja, seu objetivo principal é demonstrar se houve lucro ou prejuízo em um determinado tempo.

Relatório contábil e a sua importância para o balanço patrimonial

Para a elaboração de um balanço patrimonial, é fundamental ter em mãos o relatório contábil.

O relatório contábil contém todas as movimentações financeiras do seu negócio, e deve ser realizado por um contador em um livro diário.

Logo, é fundamental se ater a importância de um profissional competente e engajado para a escrituração desse documento, o qual será indispensável na construção do balanço patrimonial.

Cálculo dos indicadores
Os cálculos dos indicadores também são fundamentais para o valor geral de ativos, passivos e patrimônio líquido, e são calculados com as seguintes fórmulas:

Indicadores de renda (ativos)

Os cálculos são realizados a partir de três razões:

Retorno sobre patrimônio líquido= lucro líquido / patrimônio líquido

Giro de ativos= vendas / ativo total

Retorno sobre os ativos= lucro líquido / patrimônio líquido

Indicadores de dívidas (passivos)

Os cálculos são realizados a partir de duas razões:

grau de endividamento: passivo / patrimônio líquido;

endividamento: passivo total / ativo total.

Indicadores de liquidez (Patrimônio)

Liquidez seca: (ativos circulantes – estoques) / passivos circulantes

Liquidez geral: (ativos circulantes + realizável em longo prazo) / (passivo circulantes + exigível em longo prazo)

Liquidez imediata: liquidez disponível / passivos circulantes

Liquidez corrente: ativo circulante / passivo circulante

Assim, é a partir desses cálculos minuciosos que os dados maiores e gerais são obtidos, possibilitando a implementação dos mesmos no balanço geral.

Fonte: Netspeed