terça-feira, 28 de setembro de 2010

SPC do caráter

Acabei de limpar as unhas. E enquanto o fazia, pensava. Pensei muito nas dificuldades por que passam os empregadores brasileiros, desde o pequeno dono de uma lojinha ao grande empresário que gera milhares de empregos e que faz o Brasil manter-se vivo.

Porque não se engane, não fosse a coragem dos empreendedores brasileiros, e isso não é de hoje, o Brasil já estaria debaixo da ponte, batendo queixo de fome... São os empreendedores, no Brasil, que nos mantêm andantes. Esse pessoal miúdo, sem instrução, que anda por aí tirando pose de mandantes e estadistas, são uns pobres diabos. Quem faz o Brasil é o operariado, a massa que carrega o piano _ e os pianistas, aqueles que o tocam, os empresários.

Estou ainda irado com uma história que ouvi semana passada num grande evento nacional, onde fui palestrante, e com plateia de empresários de todo o Brasil. Foi em Gaspar, SC.

Um deles contou-me história vivida em sua empresa. Um funcionário procurou pelo seu chefe imediato e pediu que o demitisse. O tal sujeito queria sair para pegar o dinheiro da indenização e se mandar. Tinha planos lá fora. O funcionário contou, ainda, que com o dinheiro da indenização da demissão pagaria contas e iria fazer uns bicos, enquanto se “beneficiava” do auxílio-desemprego. Quer dizer, o patife queria ser demitido, pegar os dinheiros da indenização e ficar girando por aí, enquanto recebia auxílio-desemprego.

Pois bem, o chefe – também diretor na empresa – ouviu a história do funcionário e lhe disse que não o iria demitir, não havia razão, e havia ainda uma chance: a empresa poderia lhe emprestar algum dinheiro e as coisas se arranjariam, certo?

Negativo, o cara queria ser demitido e pegar os dinheiros da indenização e ficar nas tetas do auxílio-desemprego. Deixou isso claro.

Quando o chefe disse que, definitivamente, não, que não lhe demitiria e, por isso, ele não teria direito à indenização, o cara levantou-se da cadeira e gritou: – Tu és um f.d.p... Saiu batendo a porta.

É isso, as empresas estão cheias de bandidos, e os diretores os têm que aturar. Não raro, tais diretores ainda são levados à Justiça. É urgente a criação do SPC do caráter, e a comunicação entre todas as empresas. De Norte a Sul.

Fonte: Luiz Carlos Prates
http://luizcarlosprates.blogspot.com/